sexta-feira, 10 de agosto de 2007

A vida pequena e a poesia

Acabei de ouvir (duzentas vezes),
CD Noites de Gala, Samba de Rua - Mônica Salmaso:
...
"A casa está bonita
A dona está demais
A última visita
Quanto tempo faz

Balançam os cabides
Lustres se acenderão
O amor vai pôr os pés
No conjugado coração

Será que o amor se sente em casa
Vai sentar no chão
Será que vai deixar cair
A brasa no tapete coração

Quando aumentar a fita
As línguas vão falar
Que a a dona tem visita
E nunca vai casar

Se enroscam persianas
Louças se partirão
O amor está tocando
O suburbano coração

Será que o amor não tem programa
Ou ama com paixão
Mulher virando no sofá
Sofá virando cama coração

O amor já vai embora
Ou perde a condução
Será que não repara a desarrumação
Que tanta cerimônia
Se a dona já não tem
Vergonha do seu coração"
(Chico Buarque/1984)

Impossível não ouvir toda arrepiada
Com o coração pulsando nas mãos, nos olhos, nas lágrimas
Que coisa mais linda!!!!!!!!!!!!!
Literalmente de chorar de lindo, de sensível, de poético, ..... de real, de possível
Que bom que existem os poetas
Humilde ou pretensioamente consigo me ver aí
A vida pequena e comum (minha vida) pode ser cheia de poesia
Minha vida aprendendo a amar, me entregar, sem vergonha, sem cerimônia
"mulher virando no sofá, sofá virando cama coração...", a divina transcedência...




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